quarta-feira, 31 de agosto de 2011

POR QUE A CRIANÇA ESCREVE ESPELHADO??

Na rotina diária, convivemos com crianças levantando hipóteses sobre a escrita. E talvez pela correria e pela normalidade não paramos para pensar porque aquela determinada criança está escrevendo espelhado. É tão comum na idade de 4 e 5 anos que esquecemos de sondar e descobrir o porquê.
Resolvi fazer uma sondagem na turma e percebi que as várias crianças que escreviam espelhadas possuíam características psicomotoras diferentes. Portanto, acho que por mais que essa fase passe, é importante trabalhar a lateralidade, a noção espaço-temporal e corporal da criança com atividades lúdicas.
Pesquisando mais sobre o assunto achei esse texto muito interessante em um blog.
Se por acaso for autora ou conhece a autora desse artigo favor me comunicar para dar-lhes os créditos.


LETRAS ESPELHADAS: O QUE FAZER?


Espelhar letras e números é comum no início da alfabetização, mas este ano tenho um grande número de crianças da turminha do meu 2º ano “virando” tudo! Com a ajuda da minha querida colega, professora da Sala de Recursos e especialista em Ensino Especial, a Lisi, comecei a pesquisar o assunto para poder ajudar os alunos a superar suas dificuldades.

Por ser ainda o 2º ano de alfabetização, algumas trocas fazem parte, já que as crianças estão sistematizando suas hipóteses de escrita, porém alguns alunos espelham palavras e frases inteiras. Pesquisando sobre o assunto, descobri que esta pode ser uma característica de DISGRAFIA. Mas isso não significa que as crianças que espelham letras e números sejam disgráficos! Os especialistas não consideram o ‘espelhamento’ um problema de aprendizagem, dependendo da idade da criança.
Jesus Garcia coloca que uma disgrafia típica seria a escrita em espelho, ou escrita espelhada. A criança que escreve em espelho não tem uma representação estável dos traços componentes dos grafemas e possui apenas parte da informação, por isso, produz uma confusão e uma escrita em espelho.

Segundo Valquiria Miguel Luchezi, algumas das possíveis causas são: déficit no domínio da ação, da motricidade, da organização temporo-espacial e na dominância lateral, podendo ser acrescentados distúrbios de atenção e da memória. As maiores dificuldades são situar as diversas partes de seu corpo, umas em relação às outras, as noções de alto, baixo, frente, atrás e sobretudo, direita e esquerda. Cada letra é percebida isolada e corretamente, mas as relações que a criança estabelece entre elas não são estáveis, dependem do sentido de deslocamento do seu olhar, esquerda-direita, ou vice-versa.

A coordenadora pedagógica Bettina Aroucha, explica que o motivo mais comum para as crianças em fase de alfabetização escreverem espelhado relaciona-se à imaturidade dos neurônios, que ainda não permite à criança um domínio completo de posições e direções espaciais. A lateralidade também pode estar indefinida, impossibilitando o aluno de transferir as noções de direita e esquerda para algo externo a si próprio, no caso, a folha de papel. Ele é capaz, por exemplo, de mostrar sua mão direita, dizer quem está sentado do seu lado esquerdo, mas ainda não identifica o lado direito de um colega à sua frente ou a posição da letra P.
Betina também afirma que outro fator responsável pelo espelhamento nessa idade é a chamada “fase de ensaios”. Até atingir a escrita alfabética a criança faz várias tentativas nas quais cria e recria o sistema de escrita. Nesse processo, podem aparecer números no meio das palavras, ou letras e frases invertidas, pois os aspectos gráficos não são a preocupação maior da criança. O que ela quer é descobrir com quantas e quais letras se escreve uma palavra.

Para Luciana Márcia dos Santos, a construção da escrita é um dos últimos processos de aprendizagem e um dos mais complexos a ser adquirido pelo homem. Fundamentada em Piaget, considera que a origem do desenvolvimento cognitivo dá-se de dentro para fora, ocorrendo em função da maturidade do sujeito. Mesmo sabendo que o ambiente poderá influenciar no desenvolvimento cognitivo, sua ênfase recai no aspecto biológico, ressaltando a maturidade do desenvolvimento. Tanto como no raciocínio, o social e o afetivo também se equilibram de acordo com o crescimento do individuo.

Para Piaget, as atividades mentais, assim como as atividades biológicas, têm como objetivo a nossa adaptação ao meio em que vivemos. De acordo com essa postura teórica a mente é dotada de estruturas cognitivas pelas quais o indivíduo intelectualmente se adapta e organiza o meio. Toda criança, a partir dessa perspectiva nasceria com alguns esquemas básicos - reflexos - e na interação com o meio iria construindo o seu conhecimento a respeito do mundo, desenvolvendo e ampliando seus esquemas.

A idéia, então, é oferecer atividades para tentar superar as hipóteses iniciais, provocando desequilíbrios para que novas assimilações e acomodações ocorram. Por isso é necessário fazer sempre a análise e a reflexão lingüística das palavras, confrontando as hipóteses de escrita dos alfabetizandos com a escrita convencional. Também é fundamental propiciar atos de leitura e escrita às crianças para que aprendam ler lendo e a escrever escrevendo, por meio de atividades significativas e contextualizadas. Elas deverão ler textos mesmo quando ainda não sabem ler convencionalmente, apoiando-se inicialmente na memória e ilustração.

Agora que descobri as principais características desta dificuldade que meus alunos estão passando, vou atrás de atividades para integrar ao meu planejamento diário. Depois, os casos mais graves serão encaminhados à Sala de Recursos, para que a professora especialista possa fazer uma avaliação adequada e os encaminhamentos necessários.

Dormir fora de casa - Ronaldo Simões Coelho

Sequencia didática para trabalhar a independência da criança de 4 e 5 anos.

Com o objetivo de levar a criança a interessar-se por conhecer vários gêneros orais e escritos, adotamos o livro: Dormir fora de casa, Ronaldo Simões Coelho.
O tema chamou bastante atenção, porque conta a história de uma garotinha que vai passar o dia na casa da amiga e dormir fora de casa pela primeira vez. Durante o dia, elas brincam juntas e tudo é alegria. Mas a noite chega e, com ela, muitas saudades da mamãe. Tudo fica diferente e não parece tão divertido. No dia seguinte ela reencontra a mamãe com um abraço muito especial.
Diferente da rotina até então, certo dia seu filho pede para dormir uma noite na casa do amigo. Sim, ele cresceu! Além de uma experiência gostosa, esse é só mais um avanço em seu desenvolvimento. Pode não parecer, mas, para ele, a aventura tem um símbolo de independência. Ele se sente mais forte e capaz. 
A partir desse tema construímos um painel sobre a noite. Falamos e desenhamos sobre nossos sonhos. E reproduzimos desenhos do livro utilizando cola colorida. 


  • Em conversa de roda, falar sobre a noite. Como é o dia?? Como é a noite?? O que temos nela? O que fazemos durante a noite??
  • Ouvir as respostas das crianças e anotar.
  • Depois propor que façam um desenho representando a noite utilizando papel preto e giz de cera. Eles terão que experimentar as cores que se destacam no papel.
  • Em conversa de roda, deixar que cada criança fale do seu desenho e perguntar sobre seus sonhos.
  • Quem tem medo de dormir sozinho? Quem tem medo do escuro? O que sonham?
  • Colocar uma musica calma e pedir que pensem sobre com o noite é calma. Que foi feita exatamente para descansarmos. Após pedir que desenhem seus sonhos.
  • Em outro momento construiremos um painel chamado “NOITE”; As crianças irão recortar elementos que possuem na noite com papeis laminados e colar no TNT azul fixado na parede.
  • Brincar com adivinhas sobre a noite.
  • Contar a história: Dormir fora de casa, sem mostrar os desenhos. Depois pedir que contem a sua versão da história vendo as ilustrações do livro. 
  • Registrar a história em papel A4 colorido

terça-feira, 30 de agosto de 2011

NUNCA PARE DE SONHAR - RICHARD BACH



Havia no alto de uma montanha três árvores. Elas sonhavam com o que iriam ser depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas disse: eu quero ser o baú mais precioso do mundo e viver cheia de tesouros. A segunda, olhando um riacho suspirou: eu quero ser um navio bem grande para transportar reis e rainhas. A terceira olhou para o vale e disse: quero crescer e ficar aqui no alto da montanha; quero crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus. Muitos anos se passaram, as árvores cresceram. Surgiram três lenhadores que, sem saber do sonho das árvores, cortaram as três. A primeira árvore acabou se transformando num cocho de animais, coberto de feno. A segunda virou um barco de pesca transportando pessoas e peixes todos os dias. A terceira foi cortada em vigas e deixada num depósito. Desiludidas as três árvores lamentaram os seus destinos. Mas, numa certa noite, com o céu cheio de estrelas, uma jovem mulher colocou o seu bebê recém-nascido naquele cocho. De repente, a árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo. A segunda, certo dia, transportou um homem que acabou por dormir no barco. E, quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse PAZ!! E, imediatamente, as águas se acalmaram. E a árvore transformada em barco entendeu que transportava o rei dos céus e da terra. Tempos mais tarde, numa Sexta-feira, a árvore espantou-se quando as vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. A árvore sentiu-se horrível vendo o sofrimento daquele homem. Mas logo entendeu que aquele homem salvou a humanidade e as pessoas logo se lembrariam de Deus ao olharem para a cruz. O exemplo das árvores é um sinal de que é preciso sonhar e ter . SEMPRE !!! Não importa o tamanho dos sonhos que você tenha, sonhe muito e sempre. Mesmo que seus sonhos não se realizem exatamente como você desejou, saiba que eles se concretizarão da maneira que Deus entendeu ser a melhor para você. "Uma nuvem não sabe por que se move em tal direção e em tal velocidade. Sente apenas um impulso que a conduz para esta ou aquela direção. Mas o céu sabe os motivos e os desenhos por trás de todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes."